A direção da Itaipu Binacional anunciou nesta 2ª feira (6/5) que pretende investir R$ 1,3 bilhão em obras de infraestrutura em Belém (PA), com vistas à realização da COP30. Os recursos serão destinados a projetos de qualificação urbana, como rede coletora de esgoto, pavimentação de vias e controle de tráfego.

Os investimentos incluem também a implantação do Parque Linear Doca e do Parque Urbano Igarapé São Joaquim, além da reforma do icônico mercado Ver-o-Peso e do Mercado Municipal de São Brás, ambos no centro da capital paraense. Outro projeto envolverá o desenvolvimento de metodologia para gestão de resíduos sólidos, ações de educação ambiental e de inovação em biotecnologia.

Trata-se do maior aporte financeiro da empresa estatal fora de sua área de abrangência, concentrada no Paraná e Mato Grosso do Sul. O acordo também é o primeiro do tipo assinado pelo governo do Pará, que vem se esforçando para dirimir as dúvidas acerca da capacidade de Belém receber um evento da magnitude de uma COP climática.

“São obras que certamente farão com que Belém seja uma cidade melhor, embora ainda tenhamos desafios como qualquer centro urbano do nosso país. Mas certamente Belém, o Pará e a Amazônia, com a COP30, serão um lugar melhor, uma região mais próspera”, afirmou o governador Helder Barbalho durante a solenidade no Palácio do Planalto, em Brasília (DF).

A celebração das autoridades de Belém e do Pará contrasta com a frustração de algumas vozes no setor elétrico com o uso de recursos da empresa para projetos fora de sua área de abrangência, como apontou a CNN Brasil. De acordo com representantes do setor, esses recursos poderiam ser destinados à redução da tarifa elétrica aos consumidores do centro-sul brasileiro.

“Não contestamos a importância dos investimentos que precisam ser feitos, mas é uma usurpação do dinheiro pago pelos consumidores de energia do Sul, Sudeste e Centro-Oeste em suas contas de luz”, criticou Luiz Eduardo Barata, ex-diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico e presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia.

Fonte: ClimaInfo